Vicente J. Lorenzo Izquierdo



Lorenzo e o Olho Mágico
 texto de Rodrigo Prado Evangelista


Para que fazer cinema? Qual a importância disso? Ou melhor, para que tentar fazer cinema? A maioria dos filmes exibidos nas salas de cinema custam muito, valem milhões. Pensar em realizar um filme, concretizá-lo, distribuí-lo, torná-lo acessível, alcançar um lugar na industria cinematográfica, e na história oficial do cinema, é um caminho muitas vezes denso, difícil, cheio de pedras.  
Mas um sonho pode ser irresistível, pode provocar todas as nossas vísceras e veias, artísticas ou não. Vicente José Lorenzo Izquierdo viu, na tela de cinema, um médico que atropelava gente distraída, um homem invisível andando pela casa, objetos não identificados que caem do céu, um acolchoado devorador de pessoas, uma raça humana que nasceu numa estufa de plantas. Nascido em 25 de março de 1924, em Madri, na Espanha, passou por São Paulo, Belo Horizonte, Goiânia, até pousar em Londrina. Lançou o seu primeiro filme O Caso do Magrini Preto, em 1961, considerou o  Gênesis, de 1983, como a sua melhor obra, venceu a categoria enredo do “I Concurso Nacional de Filmes Super 8 para Educação de Trânsito”, com  Infração: Estacionar na Calçada/ O Cego de 1978.
Se enveredou pelo cinema por prazer,  para incentivar o riso e a diversão, sem a pretensão de ser profissional, ou de inscrever o seu nome na história oficial desse modo de expressão. Com seu olho mágico, envolveu amigos e a família em suas produções, sua esposa Victória que realizou alguns roteiros, como o da Criatura de 1968, seu filho Peter, que construiu a sua própria trajetória na atmosfera cinematográfica, e muitas outras pesoas. Lorenzo Izquierdo morreu na virada do século vinte para o próximo, em 2000, suas obras ainda prosseguem, assim como, a possibilidade do sonho e da alegria. “Faça você mesmo, não espere que alguém faça por você”*.

* Lema anarco-punk.    

 Orlando Vicentini, Archibaldo (filho de Orlando), esposa de Izquierdo e Izquierdo.


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Vicente José Lorenzo Izquierdo 
Texto de Caio J. Cesaro


Há 50 anos, tinha início, a produção cinematográfica do mais talentoso cineasta londrinese.

Conheça uma breve biografia e a filmografia de Vicente José Lorenzo Izquierdo, a partir de texto retirado da Monografia “Memória: Produção Cinematográfica em Londrina”, apresentada por Caio Cesaro à disciplina 1 NIC 630 – Projetos Experimentais em Jornalismo, sob a orientação da Prof.a Dr.a Dirce Vasconcelos Lopes, como trabalho final para a conclusão do Curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo, no Centro de Educação, Comunicação e Arte da Universidade Estadual de Londrina, em junho de 1995. Integraram a banca examinadora, além da orientadora, a Prof.a Dr.a Francisca Souza Mota Pinheiro e Carlos Eduardo Lourenço Jorge.

VICENTE JOSÉ LORENZO IZQUIERDO, nasceu no dia 25 de março de 1924, em Madrid, Espanha. Formou-se em Medicina ainda em Madrid, no ano de 1951. Em 1955, veio para o Brasil e após breve passagem por São Paulo, Belo Horizonte e Goiânia, instalou-se em Londrina.
“Hoje está muito mais fácil revalidar o diploma, mas naquela época era muito difícil.”
Foi conseguir a revalidação do diploma na cidade do Recife, em 1962. Lorenzo é especialista em ortopedia e traumatologia. Trabalha atualmente na Clínica Pio XII, em Londrina. É casado com Victória Lorenzo e tem quatro filhos: José Luis Lorenzo, Irma Lorenzo, Peter Lorenzo e Carlos André Lorenzo.
Lorenzo Izquierdo comprou a sua primeira câmera por volta de 1957, uma Keystone 16mm, a corda. A Keystone fazia filmes em branco e preto. Era usada por Lorenzo para registrar imagens do cotidiano da família: a casa, os amigos e até os animais domésticos. Depois reuniam-se para assistí-los. Os rolos de filmes eram entregues ao Minoro (Foto), que os enviava a São Paulo para serem processados.
Algum tempo depois, os filmes do cotidiano já não empolgavam tanto a família Lorenzo. Eles passam a querer algo mais com os filmes. E, juntamente com o amigo Felipe Alvarez – espanhol que mora atualmente nos Estados Unidos-, iniciam a produção de filmes curtos com argumento simples. Ainda de posse da Keystone, destaca Lorenzo a produção do filme: “O Caso do Magrini Preto” (1961).
Logo, adquiriria uma câmera Yashica 8mm, e mais tarde, outra 8mm, uma Paillard Bolex. Na fase 8mm, os filmes mais importantes, segundo Lorenzo, foram: “Chifres Além do Túmulo” (1961), “O Estranho” (1961), “O Homem Invisível” (1961) e “Os Diabólicos” (1962). Todos curta-metragem, em branco e preto, e sem som.
Quando Lorenzo Izquierdo comprou o equipamento Super 8, uma Boley 155 – não se lembra ao certo quando -, Felipe Alvarez já havia se mudado para os Estados Unidos.
“A ida de Felipe Alvarez matou a minha produtora. Sua colaboração na produção dos filmes era muito importante.”
Depois das primeiras experiências em Super 8, Lorenzo passou a comprar filmes Kodak com banda sonora.
“Começamos a sonorizar os filmes. Escrever os diálogos é que era complicado no início.”
Lorenzo relaciona como representativos de sua fase superoitista os filmes: “Isótopos” (1968), “A Criatura” (1968), “Fausto” (1976) – menção honrosa na III Mostra Nacional de Super 8, realizada em Curitiba, em 1977 – , “Infração: Estacionar na Calçada/O Cego” (1978) – vencedor do I Concurso Nacional de Filmes Super 8 para Educação de Trânsito, realizado em São Paulo, no ano de 1978 -, “O Primeiro Carro” (1980), “A Argentina e suas Paisagens” (1980), “Matchu Pitchu” (1980), “Vanderlei Vai Para Cidade” (1980) e “Gênesis” (1983) – único paranaense selecionado para a fase final do XI Festival Nacional de Filmes Super 8 do GRIFE, realizado na capital paulista, em 1983. Coloridos e sonorizados. “Gênesis” é considerado por José Lorenzo o seu melhor filme. Para fazer a sonorização dos filmes, Lorenzo usava o equipamento que possuía: uma mesa quatro canais e um gravador de rolo.
Nos anos 80, com a revolução do videocassete, passa a se tornar inviável a continuação da produção em Super 8, devido à diferença de custos entre os dois processos.
“Um rolo de filme Kodak era muito caro. A cada dez minutos de filme, perdíamos dois minutos por falhas técnicas. Enquanto que a fita cassete permitia a regravação, caso fosse necessária.”
Outro detalhe: a rapidez de produção. Os cassetes não precisavam ser revelados, tornando a realização muito mais rápida. Depois de 1983, Lorenzo ainda fez alguns vídeos: “Era uma vez“, “Interlúdo” e “Último Som“.
Mesmo sendo o responsável pelas principais funções na produção de seus filmes, V. J. Lorenzo Izquierdo explica que a família colaborava muito: ajudando na produção, incentivando-o, dando sugestões e participando na interpretação dos personagens. Lorenzo afirma que os melhores roteiros que filmou foram escritos com a colaboração de sua esposa, Victória Lorenzo.
Vicente Lorenzo Izquierdo participou ativamente da ALCA – Associação Londrinense dos Cineastas Amadores, sendo o presidente da entidade por mais de uma vez. As reuniões aconteciam na atual Casa de Cultura da UEL, no Ed. Julio Fuganti.
“Com os cursos da ALCA, eu buscava a melhoria técnica dos filmes.”
Sobre os equipamentos que teve, Lorenzo lembra que a Paillard Bolex 8mm, comprada na Antuérpia, Bélgica, foi a melhor câmera que possuiu.
“Até hoje me arrependo quando lembro que a troquei por uma super 8 americana. Boa mesmo era a Paillard.”
Lorenzo Izquierdo ainda possui a câmera Yashica U 8mm, uma Super 8 – Boley 155 e projetores. Dos filmes que fez com exceção de “Infração: Estacionar na Calçada/O Cego” – vencedor no I Concurso Nacional de Filmes Super 8 para Educação de Trânsito, realizado em São Paulo, e que devido à cláusula do regulamento passou a pertencer à Companhia de Engenharia, de Tráfego e ao Departamento de Operação do sistema Viário, de São Paulo, organizadores do evento – Lorenzo tem todos os originais de sua filmografia guardados em casa. E, de vez em quando, assiste aos filmes, junto com a família ou amigos, para esquecer um pouco da TV, do vídeo ou mesmo só para relembrá-los.
Todos os filmes que fez, foi pelo prazer de fazê-los e até hoje não credita aos seus filmes importância cinematográfica. Quando questionado sobre o gênero dos filmes que rodou, Lorenzo diz que não fez nada sério, porque o fator comicidade sempre esteve presente em seus trabalhos.
“Nós nunca fizemos nada dramático.”
Quando inscreveu “O Cego” no I Concurso Nacional de Filmes Super 8 para Educação de Trânsito, José Lorenzo não acreditou que pudesse vencer e, por isso, não foi a São Paulo acompanhar a apresentação do filme. O filme ganhou o Concurso e Lorenzo ficou sem o seu filme. E, hoje lamenta:
“Nada me daria mais prazer do que ter uma cópia deste filme.”
Vicente José Lorenzo Izquierdo disse não gostar de filmes históricos, numa crítica sutil aos cineastas brasileiros que buscam fazer filmes desta linha. Para Lorenzo, os melhores filmes nacionais são: “Os Paqueras” e “Bye Bye Brasil”. Contou também que gosta dos filmes americanos de ação e violência. E, para ele, um bom filme começa por um bom argumento. E ensina:
“Quando se pensa em fazer um filme, deve-se pensar nos recursos que dispõe, portanto, deve-se pensar no roteiro.” *


PETER LORENZO
O melhor fruto do trabalho cinematográfico de Vicente José Lorenzo Izquierdo está em PETER LORENZO, seu filho.
PETER LORENZO, nasceu em Londrina, em 1958. Acompanhou os trabalhos do pai, ajudando na produção e interpretação de personagens. Em 1976, Peter foi para Curitiba fazer o Curso de Design, na Universidade Federal do Paraná.
Em 1978, realizou em Londrina o curta “Sempre Engraxando”. Um Super 8 colorido. Este filme foi mostrado primeiramente em Londrina e a seguir, foi apresentado na “Jornada de Cinema Brasileiro”, em Salvador – ainda no ano de 1978.
Logo depois, fundou o Grupo Experimental de Cinema Primeiro Plano, junto com os cineastas Fernando Severo e Rui Vezzaro, em Curitiba.
Em 1979, dirigiu em conjunto com Fernando Severo e Rui Vezzaro e foi responsável pela fotografia de “Aluminosa Espera do Apocalipse”, Super 8, Colorido, Documentário Experimental de 15 minutos. O filme foi premiado em Gramado – 1980, como o melhor filme Super 8. Recebeu prêmios ainda no Festival de Cinema de Aracaju (1980), na I Mostra de Cinema Super 8 da Região Sul (Curitiba – 1980) e na V Mostra Nacional de Filmes Super 8 (Curitiba – 1979). Foi ainda selecionado para a fase final do Festival do GRIFE (São Paulo – 1980).
Radicado em Curitiba, Peter Lorenzo formou-se em 1980.
Em 1984, Peter veio a Londrina novamente para fazer um trabalho. Foi ele quem fez a fotografia do filme “Londrina”, dirigido por Berenice Mendes. Um documentário abordando o cinqüentenário da cidade. O filme é um curta-metragem em 16mm.
Em 1988, Peter Lorenzo volta a trabalhar com Fernando Severo no filme “O Mundo Perdido de Kosák”. Fernando dirige e Peter faz a fotografia. Produzido em 16mm, o documentário é colorido e tem 15 minutos. Este filme recebeu mais de 17 prêmios nos Festivais de Gramado, Brasília, Rio de Janeiro, Salvador, São Luiz, além de ter sido selecionado para o Festival de Oberhausen, na Alemanha.
Em 1992, Peter Lorenzo foi premiado com Kikito de melhor fotografia em curta-metragem, no Festival de Gramado, com o Filme “Desterro”, 35mm, dirigido pelo jornalista Eduardo Paredes, que concorreu por Santa Catarina.
Em 1993, é a vez de Peter voltar a trabalhar com Berenice Mendes. Peter fez a fotografia do filme “Vítimas da Vitória”. 25 minutos, colorido, em 16 mm, rodado no Sul do Paraná.
Atualmente, Peter Lorenzo está trabalhando na TV Bamerindus, em Curitiba.


FILMOGRAFIA DE VICENTE JOSÉ LORENZO IZQUIERDO:
 “O Caso do Magrini Preto” (1961) http://www.kinopusaudiovisual.com.br/cinemalondrina/o-caso-do-magrini-preto-londrina-1961/
 “Chifres Além do Túmulo” (1961)
 “O Estranho” (1961)
 “O Homem Invisível”(1961)
 “Os Diabólicos” (1962)
 “Isótopos” (1968)
 “A Criatura” (1968)
 “Fausto” (1976)
 “Infração: Estacionar na Calçada / O Cego” (1978)
 “O Primeiro Carro” (1980)
 “Vanderlei Vai para a Cidade” (1980)
 “A Argentina e Suas Paisagens” (1980)
 “Matchu Pitchu” (1980)
 “Gênesis” (1983)


“O CASO DO MAGRINI PRETO”
(Londrina - 1961)
ARGUMENTO: Um médico com pouca clientela, aproveita o passeio que faz às tardes com seu carro, um magrini preto, para atropelar pedestres distraídos, e assim, conseguir pacientes.
Direção, Roteiro, Montagem e Produção: Vicente José Lorenzo Izquierdo. Câmera e Fotografia: Felipe Alvarez. Com: Irma Lorenzo, Vicente José Lorenzo, José Luis Paschoal e Carlos André Lorenzo, Comédia. 16mm. Branco e preto. Mudo . Aprox: 7 minutos.
NOTAS: * Foi feito ainda com a câmera Keystone 16mm, a corda. * Só existe o original e está com Lorenzo Izquierdo. * “O Caso do Magrini Preto” ficou restrito a um circuito de mostra ao familiares e amigos.

“CHIFRES ALÉM DO TÚMULO”
(Londrina - 1961)
ARGUMENTO: Sempre que o médico sai de casa para atender a um chamado, a mulher o trai com um vizinho português. Um dia o médico pega o casal em flagrante. Daí para frente, tudo pode acontecer.
Direção e Produção: V. José Lorenzo Izquierdo. Roteiro: V. J. Lorenzo Izquierdo, Victoria Lorenzo e Felipe Alvarez. Câmera e Fotografia: Felipe Alvarez. Montagem: Felipe Alvarez e V. J. Lorenzo Izquierdo. Com: V. J. Lorenzo Izquierdo, Victoria Lorenzo e Felipe Alvarez. Comédia. 8mm. Branco e preto. Mudo. Aprox: 5 minutos.
NOTAS: * Para fazer o filme, Lorenzo teve que emprestar um esqueleto da Casa de Saúde São Leopoldo. E a comédia já começou nesta fase de pré-produção -no transporte do esqueleto até a sua casa- todo cuidado era pouco para que o esqueleto não se desmontasse, o jeito foi levá-lo de carro, sentado ao lado do motorista; no trajeto, José Lorenzo passou por um guarda de trânsito, na Av. Paraná, que vendo a cena, levou um susto tão grande que não sabia como reagia ao fato; isso aconteceu durante o dia e pode parecer até normal hoje, mas em 1961 e para aquele guarda não foi. * “Chifres Além do Túmulo” foi mostrado apenas para os familiares e amigos. * Só existe o original e está guardado na casa de Lorenzo.

“O ESTRANHO”
(Londrina - 1961)
ARGUMENTO: A mãe e os filhos estão sozinhos em casa. O pai viajou. Durante a noite, escutam passos pela casa. Pensam ser um invasor. O suspense cresce e o final guarda uma surpresa.
Direção, Roteiro, Montagem e Produção: Vicente José Lorenzo Izquierdo, Câmera e Fotografia: Felipe Alvarez. Com: Vicente José Lorenzo Izquierdo, Victoria Lorenzo. José Luis Lorenzo, Irma Lorenzo e Peter Lorenzo, Suspense, 8mm. Branco e preto. Mudo . Aprox: 8 minutos.
NOTAS: * “O Estranho” ficou restrito a um circuito de mostra aos amigos e familiares. * Só existe o original e está guardado na casa de Lorenzo.

“O HOMEM INVISÍVEL”
(Londrina - 1961)
ARGUMENTO: Mostra as andanças do homem invisível dentro da sua casa.
Direção, Roteiro, Fotografia, Montagem e Produção: Vicente José Lorenzo Izquierdo e Felipe Alvarez. Com: Felipe Alvarez. Ficção 8mm. Branco e preto. Mudo . Aprox: 4 minutos.
NOTAS: * A experiência de fazer “O Homem Invisível” foi divertida para Lorenzo, por ter que fazer quase tudo quadro-a-quadro. * A idéia era fazer os truques de montagem como o cinema fazia na época. * “O Homem Invisível” foi mostrado para os amigos e familiares. * Só existe o original e está guardado na casa de V. J. Lorenzo.

“OS DIABÓLICOS”
(Londrina - 1962)
ARGUMENTO: Dois vigaristas vão dar o golpe em uma viúva rica. Acabam tirando todo o dinheiro dela e levando-na à loucura.
Direção, Câmera e Fotografia: Felipe Alvarez, Roteiro: Victoria Lorenzo (inspirado no filme francês “As Diabólicas”). Montagem e Produção: Vicente José Lorenzo Izquierdo. Com: Victória Lorenzo, Vicente José Lorenzo Izquierdo e Wilson Salles. Comédia. 8mm . Branco e preto . Mudo . Aprox: 8 minutos.
NOTAS: * Este filme foi exibido aos familiares, aos amigos e também no Projeto Gralha Azul, que aconteceu no mês de dezembro de 1984, em Jacarezinho, numa promoção do Centro de Estudos do Comércio Exterior do Paraná – CECEX. * Só existe o original e está guardado na casa de V. J. Lorenzo Izquierdo.

“ISÓTOPOS”
(Londrina - 1968)
ARGUMENTO: Um objeto cai do céu de pára-quedas e vai parar numa ilha do Pacífico. Duas facções (Cia e KGB) lutam para se apoderarem do objeto, acreditando que tenha poderes especiais.
Direção, Roteiro, Câmera, Fotografia, Montagem e Produção: Vicente José Lorenzo Izquierdo. Com: José Luis Lorenzo, Irma Lorenzo, Peter Lorenzo e Carlos André Lorenzo. Ficção Científica . Super 8, Sonoro. Colorido. Aprox: 8 minutos.
NOTAS: * “Isótopos” é sonoro mas não contém diálogos. * O filme ficou restrito a um circuito de mostra aos amigos e familiares. * Só existe o original e está guardado na casa de Lorenzo.

“A CRIATURA”
(Londrina - 1968)
ARGUMENTO: Uma mulher sai às compras e traz para casa um acolchoado de inverno. O acolchoado tem vida própria. E durante a noite vai querer comer o dono da casa.
Direção, Câmera, Fotografia e Produção: V. J. Lorenzo Izquierdo, Roteiro: Victória Lorenzo. Montagem: Marcelo Simoni. Com: V. José Lorenzo Izquierdo e Victória Lorenzo. Sonoro. Colorido. super 8. Comédia. Aprox: 12 minutos.
NOTAS: * Neste filme foi usada a animação quadro-a-quadro. * A visão do acolchoado foi feita usando uma lente de distorção. * Mostrar o acolchoado descendo pela escada da casa, foi a parte do filme que deu mais trabalho à equipe. * “A Criatura” foi vista por familiares e amigos. * Só existe o original e esta guardado na casa de V. José Lorenzo Izquierdo.

“FAUSTO”
(Londrina - 1976)
ARGUMENTO: A lenda de Fausto apresentada sob uma outra ótica. Um médico velho não encontra mais prazeres na vida por causa da sua idade. Faz então, um pacto com um diabo jovem e travesso. Volta à juventude, mas o diabo lhe complica ainda mais a vida.
Direção, Câmera, Fotografia, Roteiro, Montagem e Produção: V. José Lorenzo Izquierdo. Com: V. J. Lorenzo Izquierdo, Victória Lorenzo, José Luís Lorenzo, Irma Lorenzo, Peter Lorenzo e Carlos André Lorenzo. Comédia . Super 8 . Colorido . Sonoro . Aprox: 12 minutos.
NOTAS: * “Fausto” foi premiado em 1977, com a menção honrosa no III Mostra Nacional de Super 8, promovida pela Escola Técnica Federal do Paraná, em Curitiba. Como prêmio, Lorenzo ganhou uma tela para projeção, portátil, que guarda até hoje. * Só existe o original e está guardado com V. J. Lorenzo Izquierdo em sua casa.

“INFRAÇÃO: ESTACIONAR NA CALÇADA/O CEGO”
(Londrina - 1978)
ARGUMENTO: As dificuldades que um carro estacionado na calçada causa aos pedestres e principalmente a um cego.
Direção, Roteiro, Câmera, fotografia e Montagem: Vicente José Lorenzo Izquierdo. Sonorização e Produção: V. J. Lorenzo Izquierdo e Raul Zanketi. Com: Wilson Salles, Jamil Hatti, Cláudia Rizzi, Mônica e José Hísper, José Luis Lorenzo, Irma Lorenzo e outros. Comédia . Colorido . Super 8 . Sonoro . 4 minutos e 3 segundos.
NOTAS: * Uma comédia com toque chapliniano. * Foi o vencedor na categoria enredo do “I Concurso Nacional de Filmes Super 8 para Educação de Trânsito”, promovido pela Campanhia de Engenharia de Tráfego (CET) e pelo Departamento de Operações do Sistema Viário (DSV), de São Paulo.*O roteiro do filme foi escrito em apenas trinta minutos, após Lorenzo ter recebido um telefonema de Carlos Eduardo Lourenço Jorge – na época, os dois eram membros da ALCA (Associação Londrinense dos Cineastas Amadores) – informando-lhe do concurso. * As filmagens foram feitas em uma tarde de domingo, na frente da casa de V. J. Lorenzo. * O certame ocorreu de 10 a 15 de maio de 1978. * Lorenzo gastou novecentos cruzeiros para fazer o filme. Como prêmio, recebeu a quantia de quinze mil cruzeiros. * Concorreram ao todo 32 filmes. * Conforme pesqueisa realizada, o filme não se encontra mais no acervo do CET. * O filme foi exibido uma ou duas vezes na programação da TV Cultura de São Paulo, segundo informações de Lorenzo Izquierdo. * Lorenzo Izquierdo não possui nenhuma cópia deste filme e disse que tê-la seria a coisa que mais lhe daria prazer no momento.

“O PRIMEIRO CARRO”
(Londrina - 1980)
ARGUMENTO: Uma pessoa adquire o seu primeiro carro, um volkswagen. Passa a tarde toda polindo o carro, mas lhe falta uma garagem para guardá-lo. À noite, o carro fica debaixo de uma árvore. De manhã, quando acorda, uma surpresa: os pombos sujaram todo o seu carro. Revoltado, tenta se vingar dos pássaros.
Direção: Vicente José Lorenzo Izquierdo. Roteiro: Edson Oswaldo de Mello. Produção: Associação dos Cineastas Amadores de Londrina (ALCA). Fotografia: Aylton Ribeiro Meira e Marcelo Simoni. Fotografia de Cena: Maria Fernanda Vilela de Magalhães. Montagem: Wanderley Marlier. Continuísta: Maria Aparecida Bertoni. Supervisão de Cinema: Antônio Vilela de Magalhães. Com: Ibelmar Parellada, Solange Moraes e Antenor Bertone Junior. Comédia . Super 8 . Colorido . Sonoro . Curta-metragem.
NOTAS: * Este filme foi produzido durante um dos cursos da ALCA. * Nesta época, Lorenzo acabava de ser eleito, mais uma vez, presidente da entidade. * Durante a realização do filme, o que mais deu trabalho à equipe foi sujar o carro.* O original do filme está com J. Lorenzo Izquierdo, só existe este original.

“VANDERLEI VAI PARA A CIDADE”
(Londrina - 1980)
ARGUMENTO: Um caipira vai para a cidade. Ele fica fascinado com o que vê e passa a enfrentar situações engraçadas.
Direção, Roteiro, Câmera, Fotografia, Montagem e Produção: V. José Lorenzo Izquierdo. Com: Ibelmar Parellada e Solange Moraes. Comédia . Super 8 . Colorido . Sonoro . Aprox: 6 minutos.
NOTAS: * O filme foi realizado durante a remodelagem da Rua Sergipe. * Lorenzo aproveitou as máquinas trabalhando para ressaltar a fotografia do filme. * Só existe o original e está guardado na cada de Lorenzo Izquierdo. * “Vanderlei Vai Para a Cidade”, ficou restrito a um circuito de mostra aos amigos e familiares.

“A ARGENTINA E SUAS PAISAGENS”
(Argentina - 1980)
ARGUMENTO: Documentar as belas paisagens da região do Uchuaia, na Argentina.
Direção, Roteiro, Câmera, Fotografia, Montagem e Produção: V. José Lorenzo Izquierdo. Documentário . Super 8 . Colorido . Sonoro . Aprox: 15 minutos.
NOTAS: * “A Argentina e Suas Paisagens” foi selecionado para exibição no Festival do Grife (Grupo de Realizadores Independentes de Filmes Experimentais), em São Paulo.* Só existe o original deste filme e está guardado na casa de Lorenzo Izquierdo.

“MATCHU PITCHU”
(Peru - 1980)
ARGUMENTO: Documentar as belas imagens da região de Matchu Pitchu, no Peru.
Direção, Roteiro, Câmera, Fotografia, Montagem e Produção: V. José Lorenzo Izquierdo. Documentário . Super 8 . Colorido . Sonoro . Aprox: 15 minutos.
NOTAS: *Na trilha sonora do filme, tem um poema homônimo do poeta Pablo Neruda. * “Matchu Pitchu” foi selecionado para a exibição no Festival do GRIFE, em São Paulo.* Foi apresentado há pouco tempo, na Universidade de Londrina, em uma aula sobre Arquitetura para a turma de Artes da professora Iara Strobe.* Só existe o original deste filme e está guardado com Lorenzo Izquierdo.

“GÊNESIS”
(Buenos Aires / Londrina - 1983)
ARGUMENTO: Uma raça humana pura nasce dentro de uma estufa de plantas. Com o passar do tempo, vão entrando em contato com a civilização do mundo e incorporando os seus conhecimentos e seus vícios.
Direção, Câmera e Fotografia: Vicente José Lorenzo Izquierdo. Roteiro: Walter Grade. Montagem e Produção: Vicente José Lorenzo Izquierdo e Walter Grade. Com: Carmem Tazinafo, Gilson Corsaletti, Iraci Nascimento, J. Carlos Cenovitz, Nora Gardemann, Roberto Barros e outros. Ficção Científica. Super 8 . Colorido . Sonoro . 18 minutos.
NOTAS: * As imagens externas da estufa, foram feitas na Argentina, em um parque de Buenos Aires. As cenas internas da estufa foram feitas no IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná), em Londrina. * “Gênesis” é sonorizado, mas não tem nenhum diálogo. * Foi o único filme paranaense classificado para a fase final do XI Festival Nacional de Filmes Super 8 do GRIFE, realizado 1983, na Hebraica, em São Paulo. * 1983 foi o último ano do Festival para Super 8, que no ano seguinte passou a ser de vídeo. * “Gênesis” é considerado por V. J. Lorenzo Izquierdo o seu melhor filme. * Só existe o original do filme e está guardado na cada de Lorenzo.