Raul Zanketi

Texto de Caio Julio Cesaro



RAUL ZANKETI, nasceu em 15 de junho de 1936, em Joaçaba, Santa Catarina. Casou-se com Dirce Oliveira Zanketi e teve três filhos: Raul Zanketi Junior, Lauri Zanketi e Dick Zanketi. Em Londrina, desde 1972, Raul Zanketi foi proprietário de uma empresa que fazia fotos para casamentos e outros eventos. Por volta de 1974, um funcionário roubou-lhe as câmeras que tinha, com exceção de uma. Praticamente obrigado, Raul teve que começar a usar uma filmadora Super 8 que possuía. Daí para frente não parou mais. Em 1976, ele adquiriu um equipamento 16mm. Raul Zanketi realizou diversos trabalhos para emissoras de Televisão de Londrina, mas segundo Lauri Zanketi, não foi empregado de nenhuma. Raul Zanketi fazia comerciais, casamentos, documentários e alguns filmes institucionais para empresas.
Os comerciais eram feitos em 16mm. Os casamentos eram feitos em Super 8.
“Houve um mês em que meu pai chegou a filmar dezenove casamentos.”
Pelas contas de Lauri, Raul Zanketi deve ter filmado muito mais que mil casamentos. Filmou casamentos em Londrina, no interior do Paraná, Curitiba, interior de São Paulo, Santa Catarina e até no Rio Grande do Sul.
Fazia tudo praticamente sozinho. Contava com a ajuda da esposa e dos filhos. A empresa de Raul chamava-se Zanketi Produções Cinematográficas.
Raul Zanketi realizou um filme de ficção, que conta a estória de uma convertida. As filmagens foram feitas na Sociedade das Irmãs Claretianas, ao lado do Asilo São Vicente de Paula. Esse filme participou da Mostra de Super 8, realizada em Curitiba, no ano de 1978. O filme foi usado pela Igreja Católica em campanhas de conversão.
Zanketi foi um dos fundadores da ALCA (Associação londrinense dos Cineastas Amadores). Da qual foi presidente por mais de uma vez. Em 1975, Raul Zanketi escrevia uma seção no caderno “Fotografia” da Folha de Londrina, com o título “Super 8″. A proposta era de “utilidade pública” visando resolver dúvidas ligadas à prática do Super 8. Zanketi passava aos leitores dicas de efeitos especiais, sonorização, iluminação, angulação e montagem.
Raul Zanketi participou da montagem e sonorização do filme de Vicente José Lorenzo Izquierdo. “Infração: Estacionar na Calçada/O Cego” (1978), que foi o vencedor na categoria enredo do I Concurso Nacional de Filmes Super 8 para Educação de Trânsito, realizado em São Paulo. Porém, o trabalho mais interessante da carreira de Raul Zanketi, surgiu na produção de um comercial para uma construtora da cidade.
Zanketi queria mostrar imagens de um joão-de-barro construindo a sua casa. Pretendia registrar imagens das várias fases da construção da moradia do pássaro. Fixou sua câmera em uma árvore bem próxima ao local em que o joão-de-barro construía a casa e através de um controle remoto com fio, Raul acionava a filmadora.
Zanketi ficou quarenta dias no meio do mato, onde havia montado uma barraca. Lá, não dispensava o seu chimarrão. Com o passar dos dias, Raul Zanketi percebeu que o joão-de-barro não trabalhava aos domingos. Provavelmente, porque o passarinho notava a falta de movimentação na fazenda neste dia, e então, parava também. Essa história chegou a ter repercussão nacional. Até o “Acredite se Quiser” fez chamadas na tevê avisando que iria mostrar o ‘joão-de-barro que não trabalhava aos domingos’, mas acabou não sendo veiculado. Zanketi não soube o porquê. Raul Zanketi já é falecido. Lauri Zanketi aprendeu a fazer filmes com o pai e hoje é proprietário de uma produtora de vídeo, em Londrina.